quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Transporte de humanos (vivos)



Observando as pessoas paradas no trânsito, às cinco da tarde, me veio à cabeça:
por que alguém, sozinho, indo pra casa ainda durante o dia, vai de carro?
Pelo conforto? Pela praticidade?
E é confortável ficar parado no trânsito?
(não é nem levemente estressante?)
E é prático?

Existem alternativas, além de muito mais ecológicas, mais inteligentes, sabem. Carro serve pra viajar, pra se deslocar à noite, para carregar coisas, pra buscar sua piazáda se você for papai ou mamãe. Em outros casos, você vai de ônibus.
Sim, verdade, temos poucos ônibus. Em muitas linhas, os ônibus demoram eras a chegar, e chegam com gente saindo pelas janelas. Mas é ecológico, meu bem.

A melhor alternativa (exceto em dias sem chuva), seria ir de bicicleta. É, bicicleta é a MELHOR opção de transporte (se você não mora no fim do mundo). Bicicleta não te deixa preso no trânsito, não polui a atmosfera - nada mais agradável do que uma baforada de dióxido de carbono na cara, não? - , não exerce poluição sonora, e ainda vale como atividade física! Além de magrinhos e gostosões (hum, possível?), vocês todos ficarão muito mais felizes, porque se exercitando você se desestressa ao encharcar-se de endorfina.

Para tal, precisaríamos criar um sistema de locação de veículo não-motorizado, ao estilo europeu. Sim, o Velho Mundo sabe de coisas muito interessantes, povo subdesenvolvido. Assim como tem postos de coletas de pilhas e óleo em supermercados e centros assim, podia ter postos de locação e entrega de bicicletas.

Funcionaria assim: Tu sai de bicicleta para um lugar, mas vai voltar tarde de lá; prefere voltar de ônibus ou de táxi... Só que a bicicleta não é exatamente portátil...
Então tu pega uma dessas bicicletas perto de casa (no super, por exemplo), te dão um cartãozinho com registro da data, hora e local que tu pegou. Aí tu pedala até o lugar que tu queria ir e procura um desses lugares (um posto de gasolina, por que não?), devolve a bicicleta e passa o cartão, informando de onde a bicicleta veio e quanto tempo tu tá com ela. Aí tu paga (centavos - na Europa é de graça) e segue alguns metros a pé até o lugar que tu queria chegar.
Parece complicado, mas se for bem organizado vai ser extremamente prático e inteligente.
e ECOLÓGICO.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Primeira vez

O dia amanheceu ensolarado. Pela janela, o chão coberto por papeizinhos, típico cenário do pleito brasileiro. O vento carregava centenas de “colinhas” dos candidatos pelas ruas. Ela acordou em cama estranha, vestiu-se, tomou seu desjejum e partiu para sua odisséia.
Sim, esta é mais uma daquelas histórias que um dia vamos rir. Mas nesta houve risadas histéricas antes mesmo do início.
 
Tudo começou em 2008. Aos 16 anos, Dona Michele foi fazer o título de eleitor. Ingênua como de usual, pôs o mesmo local de voto do então “namorido” – no Belém Velho, a uma hora e meia e três linhas de ônibus da sua própria casa - , e não votou naquele ano. O resto é bastante previsível – separou-se do moço e não conseguiu mudar o local de voto a tempo (venceu em maio o prazo, não é mesmo?), tendo como resultado a alegria de ir votar num lugar desconhecido.

Isso não seria um problema se o lugar não fosse NO MEIO DO MATO. Pesquisando o endereço do ex para ter algum ponto de referência, ela descobriu que a rua do guri sequer aparecia no Google Maps, de tão fim-de-mundo que era. Por mais desesperador que isso fosse, era inegavelmente cômico.

Por fim, graças a mapas e itinerários online, nossa heroína conseguiu elaborar um trajeto relativamente simples, composto apenas por avenidas. O único problema – além da prevista espera (de impacientar monge) pelos ônibus – era: as ruas do bairro Belém Velho não tem placas.

Não há placas! Como uma reles mortal há de encontrar uma rua chamada Leonardo da Vinci na esquina da Mariante? Qual a Mariante? Aliás, impressionante a quantidade de nomes europeus para as ruas de um bairro com esgoto a céu aberto: Leonardo da Vinci, Veneza, Miguel Ângelo... (se bem que Veneza faz sentido em dias de chuva. Eu lembro.)

Como sempre acontece no final das histórias, a sorte conspira a favor dos que não temem e o sucesso é alcançado: um anjo anônimo de olhos azuis me abordou assim que subi no terceiro ônibus. Com seus poderes do além, adivinhou o colégio em que eu votava e me conduziu até lá. Anjos Pessoas boas realmente existem (anjos não votam na Dilma – nem no Serra, mas isso é óbvio).

Anônima desceu comigo Leonardo da Vinci abaixo. Portoalegrense, você acha a Rua da Ladeira íngreme? Pode até ser, mas te garanto que não há areia nem brita em nenhum trecho ao invés de calçada. Você, de all star com a sola lisa de tão velha, literalmente rola rua abaixo.

E chega no colégio. Não há fila. Silêncio apavora.
Você vota pela primeira vez (sejam gentis comigo, candidatos) e fica esperando a urna te imprimir um comprovante, mas é o mesário quem te dá. E você escala a rua de volta à faixa (no caminho, é interceptada por um diabinho anônimo que lhe diz “ah, mas eu vou ter que te oferecer um!” – não se preocupe, mamãe, não fui aliciada) e se senta na parada de ônibus: missão cumprida.

Pensei que fosse morrer esperando ônibus, de pé no ônibus, de pé na fila e perdida na vila... deu tudo certo! Pela letra, é visível que estou no ônibus e, por estar escrevendo, veja só, estou SENTADA! Supreendente.

Por fim, você se senta no murinho de pedra no “terminal de baldeação”, esperando o segundo ônibus para voltar para casa, e torce para não ter segundo turno. É, eu sei, a Marina não vai ganhar, mas isso é só porque ela é do Acre, e não porque o povo só sabe votar em quem pode pagar pelo melhor marketing eleitoral. Imagina.

Agradecimentos especiais para:
- Google Maps
- Hagah
- EPTC.com
- TRE e sua burocracia maravilhosa
- anônima de olhos azuis


segunda-feira, 19 de julho de 2010

SEU QUERIDO PETRÓLEO FEZ ISSO



Usar combustível fóssil é poluir o ambiente. Mais do que isso: é contribuir para uma máfia - pois quem lucra com tudo isso quer continuar lucrando; é por isso que carros elétricos ou a nitrogênio são caros. E agora esse vazamento, poluindo o ecossistema. Vá de ônibus, vá de bicicleta, use os seus próprios pés!